A obstrução do ducto nasolacrimal é a principal causa de lacrimejamento e secreção ocular em neonatos, acontecendo em 6% deles. A maioria dos casos resolve espontaneamente. A resolução de forma espontânea ocorre até os 6 meses de idade em aproximadamente 90% das crianças com obstrução congênita. As obstruções que persistem após os 12 meses de idade não costumam resolver espontaneamente.

Crianças com obstrução do canal lacrimal geralmente se apresentam com uma história de lacrimejamento intermitente ou crônico e secreção nos cílios. A hiperemia conjuntival não é típica, mas pode ocorrer em alguns casos.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de exame físico. Os pais podem observar um fluxo maior de lágrimas quando a crianças está num ambiente que estimula uma maior produção de lágrimas (frio o vento, por exemplo).

Se houver um lacrimejamento intermitente sem demais sintomas pode ser feito o teste do desaparecimento da fluoresceína. Esse teste é normal quando instilamos uma gota de fluoresceína e em 5 minutos a fluoresceína atravessou canal e apareceu no nariz. Se uma grande parte da fluoresceína se mantém no fórnice conjuntival inferior, existe obstrução.

Manejo da obstrução do canal lacrimal
Na maioria dos casos o manejo consiste em massagem do saco lacrimal e observação. Acredita-se que a massagem alivia a obstrução aumentando a pressão hidrostática, o que forçaria a abertura da membrana distal obstruída. A compressão deve ser feita em cima do saco lacrimal direcionando para baixo por dois ou três segundos, 2 a 3x ao dia até a resolução dos sintomas. Em casos não resolvidos de 6 a 10 meses, pode ser feita a sondagem de vias lacrimais.